Marias
Leopoldina Pina de Almeida
Sair de mais de dois anos de pandemia para entrar numa guerra de tempo e contornos indeterminados, não era propriamente o que estaríamos à espera que acontecesse neste momento, na Europa e no Mundo. No dia em que estou a escrever este texto, nem imagino o que se estará a passar na altura em que o lerem. A realidade é mesmo assim, e estes últimos anos têm-nos mostrado isto de modo extremamente claro.
Fora deste cenário terrífico, e que mancha de alguma forma tudo o que possamos fazer, é com imensa alegria e orgulho que as Marias “grandes” vêm surgir o primeiro Festival d@s Mariazinh@s! Ainda me lembro quando as “nossas” meninas chegaram ao pé de mim no final de um dos workshops do Festival das Marias, a perguntar se poderiam ser elas a organizar o Dia da Mulher de 2022. Não podia ter ficado mais feliz! Para mim é isto o empoderamento do feminino! E a começar logo pelas mais novinhas!
Por isso, preparem-se para o programa de 2 a 8 de março do Festival d@s Mariazinh@s! Vão ficar surpreendid@s! É a Cidadania e Desenvolvimento postos em prática pel@s alun@s. Uma semana inteira, iniciada com o espectáculo Janela Aberta do Miguel Luz, exposições de artes plásticas, conversas com ex-alunas, formações sobre igualdade de género e feminismo, lançamento do projecto de dignidade menstrual Adolescer, palestra com a Rede Ex Aequo, EntreMariazinhas duplo no fim-de-semana dinamizado pel@s alun@s do 12ºano e pela sexóloga Vânia Beliz, e muitas outras atividades, dentro e fora do Agrupamento de Escolas º1 de Beja. Podem consultar o programa completo aqui.
Quanto à guerra e a todas as outras formas de destruição do planeta, acredito firmemente que mais mulheres em lugares de decisão e um paradigma de liderança mais feminino irão evidenciar quão obsoletas e ridículas são estas lutas “viris” pelo domínio das pessoas, dos recursos e dos territórios.