carrossel dos esquisitos Ana Ademar É muito raro conseguir concordar na totalidade com qualquer ideia, mesmo que seja minha. Se organizo uma opinião, logo de seguida invento três ou quatro “mas” que, se não a invalidam, pelo menos colocam-na em causa. Depois fico confusa e abandono o pensamento. Não me impede de ir aventando opiniões … Continuar a ler “Quem me dera ouvir de alguém a voz humana | Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia”*
Autor: Expoente M
Os bons, os maus e os invisíveis
Maria Campaniça Celina Nobre O mundo, no seu devir, está cada vez mais a preto e branco. Dependendo do alinhamento dado aos assuntos, pelos media, assim desencadeamos emoções de associação ou de repúdio pelo que de mais trágico nos entra em casa, em particular pelos diferentes canais televisivos. A insistência nas peças, muitas repetidas até … Continuar a ler Os bons, os maus e os invisíveis
CONSTRUIR CIDADE (UM ACTO COLECTIVO)
Marias Leopoldina Pina de Almeida Texto escrito por Xana Melão, arquitecta e dinamizadora do Laboratório EntreMarias de 23 de Abril A escritora norte-americana Jane Jacobs escreveu: "Os seres humanos, é óbvio, fazem parte da natureza, assim como os ursos-pardos e as abelhas e as baleias e a cana de açúcar. Sendo produto de uma forma de natureza, … Continuar a ler CONSTRUIR CIDADE (UM ACTO COLECTIVO)
Não calar
idos de março Sónia Calvário A guerra na Europa fez relegar para segundíssimo plano a preocupação com a Covid. Dois anos de pandemia em Portugal, a expectativa do regresso à normalidade foi defraudada pelo início de um conflito bélico e da ascensão dos autodenominados defensores da paz e dos mais desprotegidos. Muitos deles que consideram … Continuar a ler Não calar
A minha vida não dava um poema
Nádia Mira Março é, por excelência, o mês de celebração da poesia. É um lugar-comum dizer-se, relativamente a determinadas celebrações, que estas se fazem quando cada qual quiser e eu, que não desdenho um cliché, abraço este com afecto – todos os dias celebro a poesia. Há poucas coisas que me deem tanta satisfação como … Continuar a ler A minha vida não dava um poema
O meu lado mais sarcástico, porque também faz falta e sou ainda mais eu
A Rosa Madalena Palma Bem-vindos ao circo. Aqui podem encontrar de tudo um pouco. Começam logo por comprar bilhete com direito a tirar foto do dito para publicar diretamente nas redes sociais. Depois passam pela passadeira vermelha e antes ainda da entrada há uma photobooth com passagem direta a entrevistas e fotos com publicação em … Continuar a ler O meu lado mais sarcástico, porque também faz falta e sou ainda mais eu
Bons dias maria teresa até depois | preciso de tomar o meu pequeno almoço | a cerveja era boa mas é bom comer | como come qualquer homem normal | e me poupa ao perigo de até pela idade | me converter subitamente num sentimental *
carrossel dos esquisitos Ana Ademar Se foi do meu avô que herdei as rugas fundas do riso, da minha avó herdei a capacidade de chorar por tudo e por nada. Porque estou triste, porque estou feliz, porque me comovo com alguma emoção alheia. É uma habilidade que eu tenho, quase um super-poder. E se me … Continuar a ler Bons dias maria teresa até depois | preciso de tomar o meu pequeno almoço | a cerveja era boa mas é bom comer | como come qualquer homem normal | e me poupa ao perigo de até pela idade | me converter subitamente num sentimental *
Noite
letras soltas Maria João Acende a luz que o Sol se foi Chega o frio Chega o silêncio A melodia da alma Num solfejo vazio Cheio de nada e coberto de tudo O negro da noite A escuridão do céu salpica-se de luz Estrelas que brilham ao nosso olhar Que nos transportam para outro lugar … Continuar a ler Noite
Os bons e os maus. E os míopes.
Maria Campaniça Celina Nobre Sempre que extremamos posições, deixamos de ser capazes de ver e de sentir o espaço possível para a intercepção com o outro. Em campos opostos, o que importa é apontar o dedo aos defeitos do inimigo descurando os nossos, que são os únicos em que ainda poderemos manter alguma esperança de … Continuar a ler Os bons e os maus. E os míopes.
Dormindo com Kafka V
à primeira segunda do mês Filipa Figueiredo O segurança da empresa, onde trabalhava a Menina M, que passou a ser o guarda-costas do diretor da empresa, onde já não trabalhava a Menina M, durante os tempos de pandemia e de trabalho on-line, passou a ser um verdadeiro moço de recados, ou seja carne para canhão, … Continuar a ler Dormindo com Kafka V